quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Trilhos, caminhos da lembrança.



Falar dos trilhos da velha ferrovia é lembrar-se das grandes conquistas que os trilhos proporcionaram a esse Brasil de meu Deus.

Os trilhos transportaram sementes, pessoas e oportunidades, também transportou o futuro promissor, construiu pequenos vilarejos por onde passou, e o nosso interior é prova disso, podemos hoje ver esses vilarejos que viraram distritos e até cidades.


Estação de Bueno de Andrada - Distrito de Araraquara

A tão importante Companhia Paulista fez história e seus funcionários eram idolatrados pela sociedade, na época de auge da Companhia, quem era funcionário da Companhia Paulista era visto com muito respeito, mas o tempo passou, o transporte no Brasil mudou e os trilhos foram e estão se acabando.

Lembro-me que na minha infância sentado na janela do quarto dos meus pais saboreando banana amassada com “Neston”, eu e minha mãe toda tarde víamos o trem passar, ótima lembrança do tempo de criança.


Maria Fumaça de Araraquara (foto tirada em 1999)

Quando chegou a época de ir para a escola nos meus sete anos de idade, passava em frente do prédio da FEPASA (Ferrovia Paulista S.A.) em Araraquara e via uma linda “Maria Fumaça” exposta defronte ao prédio, mas como tudo passa, eu cresci e a “Maria Fumaça” foi doada para Campinas, onde acontece o trajeto de trem conhecido Campinas a Jaguariúna, e hoje adulto, passo em frente ao “Museu Ferroviário de Araraquara” porque agora temos um museu na antiga Estação Ferroviária e a “Maria Fumaça”, cadê? Triste saber que a cidade doou a “Maria Fumaça” e hoje temos um museu ferroviário, claro, que a “Maria Fumaça” está sendo usada para o turismo nestas cidades, mas porque não poderia estar sendo usada para o turismo em Araraquara e região?


Estação Ferroviaria (Museu Ferroviário de Araraquara)

Outra conquista dos ferroviários em Araraquara foi a AFE - Associação Ferroviária de Esportes, a famosa “Ferrinha”, que era o clube dos ferroviários. E a nossa “Ferrinha” teve seus momentos de glória em 1966 quando foi campeã da Segunda Divisão, Tricampeão do Interior Paulista em 1967-68-69 e 1985 quando disputou à semifinal do Campeonato Paulista.

A “Camisa Grená” tão famosa hoje, já não traz tantas alegrias, mas tudo está sendo reformulado e a AFE ganhou um novo estádio e diga-se, de passagem, um lindo estádio no padrão FIFA.


Arena Fonte Luminosa Araraquara

E se é coincidência do destino ou não, hoje moro ao lado de uma estrada de ferro, onde posso ver da janela do meu quarto o trem passar e durante a noite ele apitar, doce lembrança da minha infância e dos tempos que não voltam mais, nem para mim e nem para o trem!

E para encerrar deixo essa singela homenagem a linda Maria Fumaça.

Maria Fumaça

Dormentes, ferro e pedra. Assim começa os caminhos da estrada de ferro. Homens trabalhando e roçando matas, atravessando todo esse Brasil abrindo artérias que corriam vagões que levavam em cada carga, esperança, progresso e projetos para nosso futuro.

A Maria deixava um rastro de fumaça por onde passava...ehhhh!!! Maria, que saudade dos passeios e dos lugares que deixaram grandes amizades.

No pensamento a família que ficou na roça e a esperança no olhar daquele sertanejo fazia ele viajar ao som do piuí de Maria. Em cada parada uma nova esperança, em cada cochilo, o sonho de um novo lugar e uma nova oportunidade de viver e matar a saudade lá de casa, da comida, da minha enxada, da minha amada.

O meu lugar, a minha terra, a minha morada ficou para traz, mas ainda posso voltar, pela janela paisagens, a passarada fazendo alvorada e a cada fim de tarde dentro daquela máquina o sol dava um show e eu, o espectador aplaudia com lágrimas de emoção de ver o quanto era bom o meu sertão.

Viajei todo esse Brasilzão, mas sempre na contramão, voltei para meu lugar, na bagagem lembranças e saudade da minha casinha, logo na porteira avistei a lamparina acesa na varanda, a fumaça na chaminé me fez lembrar de Maria, em cada passo o coração acelerava e num passe de mágica de braços abetos as minhas amadas, soltei a minha mala e corri em direção da saudade e de braços abertos senti meu aconchego.

Maria foi minha companheira de longos dias, Maria é minha mãe, Maria é minha amada, Maria, minha filha, Ave Maria...vocês são as mulheres da minha vida.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Semana de comemorações - Árvore e Primavera

Esta semana é uma semana de celebração à natureza, no último dia 21 de setembro comemoramos o Dia da Árvore, no próximo dia 23 celebraremos a chegada da Primavera.

Duas datas importantíssimas principalmente nos dias de hoje. Todos nós já estamos cansados de ouvir o quanto devemos cuidar e preservar, por isso, não vou ser repetitivo, peço que você passe a observar mais as belezas que a Primavera irá mostrar, assim quem sabe, passamos a ter mais respeito.


Árvore é vida.


Primavera é beleza.

“As belezas da vida só podem ser contempladas com respeito e amor a natureza”.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

O sertão de Euclides da Cunha

Mais uma de minhas andanças pelo interior de São Paulo e desta vez passei por São José do Rio Pardo, cidade que Euclides da Cunha escreveu boa parte do livro OS Sertões.

A beira do Rio Pardo trabalhando no projeto de uma ponte Euclides da Cunha no seu escritório feito com folhas de zinco escreveu seu livro, a cidade que o acolheu presta todo ano uma homenagem ao escritor com a Semana Euclidiana, além do monumento o escritório onde Euclides da Cunha escreveu o livro continua lá, protegido por uma casa de vidro.

Este ano é comemorado o centenário da morte de Euclides da Cunha e a cidade está com uma agenda cheia de atrações para a comemoração, vale á pena conferir.

Essa é uma das riquezas de São José do Rio Pardo e do nosso interior, confira algumas fotos.

Ponte do Rio Pardo construída entre 1898 a 1901.
Casa de Zinco - o escritório de Euclides da Cunha
Mesa onde parte do livro foi escrito.
Na placa a seguinte mensagem: "Esta mesa é esquisita com eu mesmo, não tem gavetas"
Monumento Euclides da Cunha
Obelisco Euclides da Cunha
Igreja da Matriz em São José do Rio Pardo