Viver momentos como esses estão sendo de grande aprendizado
e, de pura conexão com o natural, a natureza, nos proporciona momentos únicos e
lugares maravilhosos para que nós possamos nos conectar e aprender com tudo o
que essa mãe tem a nos proporcionar, ensinar e mostrar.
O mês de Março foi mais um mês de viver esses momentos, mais
uma vez ao lado dos que eu amo e que fazem parte do meu viver e crescer, não só
como ser, mas como pai. Foi o mês do nosso aniversário, aniversário meu e de
meus filhos, mês de férias e, assim, seguimos viagem para outro interior,
conhecido como litoral, não era a terra, mas a areia, pois a areia é a terra
desse povo litorâneo.
Nosso primeiro destino foi a Praia Grande-SP, lugar onde
minha família passa seus momentos de descanso, esse é o nosso sítio no litoral,
sendo assim, não poderia ser diferente o meu descanso junto aos meus. O mar nos
mostra muitas coisas, pois a água é algo especial em um planeta chamado Terra,
deveria se chamar planeta Água, pois temos mais água do que terra neste mundo,
mas tenho certeza que o nome dado é porque nesta terra tudo que se planta,
nasce e frutifica.
Passamos dias maravilhosos e de aprendizado, alegria, troca
e gratidão, mas chegou à hora de partir e seguir o caminho, pois o meio do mato
me esperava. Pois mais uma vez eu iria para Gavião Peixoto-SP, cidade que me
acolhe e, o lugar, mais uma vez o sítio Colorado. Assim era para ser, mas a
família Rodrigues me acolheu desta vez em sua casa na cidade de Gavião, pois eu
queria viver e vivenciar um dia na roça com quem realmente é da roça e, assim,
foi feito.
Sr. Hilário e seu filho Marcelo me levou para a colheita da
soja, D. Lourdes preparou nossa marmita e, assim, seguimos para um dia de
colheita, que pra eles é super normal, mas para mim, um dia que fica marcado na
minha memória, pois vivenciar a rotina destes trabalhadores do mato, que com
toda tranqüilidade, trabalham embaixo de um sol escaldante e com um sorriso nos
lábios e muita prosa pra nos ensinar. A colheita foi na Fazenda Zanardi em
Pedra Branca, bairro de Boa Esperança do Sul-SP e, a propriedade, é do Sr.
Toninho e do seu irmão Zé Piva e também do filho e sobrinho Edmar, que me
receberam de braços abertos e, por ali ficamos para o trabalho. Muita prosa
aconteceu, almoçamos embaixo de uma árvore, almoço delicioso preparado pela D.
Lourdes na marmita, descansamos um pouco e, aí fomos, “correr o trecho” no
linguajar deles.
O Sr. Hilário me levou conhecer aquela pequena região,
próximo do local, Fazenda Pedra Branca, lugar maravilhoso onde tem uma mina de
água mineral e uma beleza incomum. Por lá ficamos e, rodamos a propriedade para
conhecer as belezas e, de lá, fomos rumo ao sitio Colorado de propriedade do
Sr. Hilário, pois ele, tinha que cuidar da plantação de abacaxis.
Apesar de toda tranqüilidade destes seres da roça, eles não
param nem só um minuto, a todo tempo, tem algo a fazer e, eu, como curioso
acompanhei. Chegando ao Colorado em Gavião Peixoto-SP e lá vai o Sr. Hilário
cuidar dos abacaxis e, eu, fiquei ali, pois ele não me deixou ajudar em nada.
Eu, por alguns minutos fiquei ali parado na varanda da casa observando toda
aquela natureza, mas como sou inquieto, fui colher acerola, pimenta e lá vem o
Sr. Hilário com um abacaxi fresquinho para eu experimentar, descasquei,
coloquei na geladeira e logo depois saboreie, estava um mel e colhido ali,
naquele momento.
O dia passou e seguimos para a casa e, claro, para descansar,
pois o outro dia era dia de trabalho para ele, mas pra mim, não seria. Esse dia
vivenciado ao lado destes seres foi um dia de aprendizado e de puro êxtase,
pois pude vivenciar algo único e que poucos poderão viver por isso minha eterna
gratidão.
Novo dia chega e, eu, segui para outros lugares, pois não
queria atrapalhar o trabalho destes seres maravilhosos que me deram a maior
atenção, segui para um novo rumo. Conheci em Gavião o Parque Ecológico, passei
algumas horas por lá, sentado em uma pedra e depois encostado em uma árvore, ali
escrevi um verso e um texto, pois esses dias me inspiraram a isso, quero
dividir com você os dois;
No decorrer da sua vida dedique-se a momentos pra você, pra
sua família e para os amigos de verdade.
Dedique-se
A sentar em uma pedra, a encostar-se em uma árvore, ver
folhas serem levadas pelo vento e ouça
o barulho da água.
Dedique-se
À natureza, reserve tempo para estar em um parque, em um
sítio, chácara ou fazenda e, passe, algum tempo observando os animais.
Dedique-se
A conversar com um ancião e aprender com sua vivência e, não
esqueça, de brincar com uma criança e aprender com sua inocência.
Dedique-se
Pelo menos um dia para comer uma fruta no pé e ver o quanto
a natureza é perfeita, cheia de cores e, sabores.
Dedique-se
A ver os pássaros namorarem e baterem suas asas com toda
liberdade e, tente, encontrar desenhos nas nuvens em um dia ensolarado. E
quando chover, não perca a oportunidade de tomar um banho de chuva.
Dedique-se
No anoitecer em ver o céu estrelado, procure o Cruzeiro Do
Sul ou as Três Marias. Veja a lua cheia, minguante, meia ou nova, mas olhe
sempre para céu e agradeça. E se possível, com o seu amor ao lado.
Dedique-se
A você e ao universo...
Dedique-se ao todo.
Segue agora o verso;
O som da água,
A palavra que mágoa,
O desejo que se iguala.
Represado eu desejo,
Quando escorre...
Eu, o vejo, em um gotejo.
São as vontades,
Nas desigualdades,
No amor, na realidade.
O som da água do córrego,
do mar, do riacho e do rio.
São as águas que me agradam.
São águas doces e salgadas que inundam minhas
palavras.
Parque Ecológico de Gavião Peixoto-SP
Saí de Gavião, passei por Nova Paulicéia, hoje é um bairro
da cidade de Gavião, mas antes de existir Gavião, Nova Paulicéia estava lá,
devido a uma Febre Amarela na época, assim às pessoas abandonaram aquele lugar e
criaram Gavião. Hoje, a Paulicéia é um bairro de Gavião. Eu segui em sentido a
Nova Europa-SP, por lá, almocei e, fui claro, fotografar. Lá existe a Usina
Santa Fé que tem lugares ótimos a fotografar.
Casa em Nova Paulicéia
Igreja em Nova Europa-SP
Moinho próximo a Usina Santa Fé
Passei horas fotografando e observando as riquezas deste
lugar em natureza e belezas. Terminando, segui em destino ao sítio Colorado
novamente, onde encontrei Sr. Hilário cuidando dos abacaxis e, eu, fiquei por
ali, sentado em um “corgo” (córrego) descalço e sentido em meus pés a água
límpida a passar, logo vem Sr. Hilário com mais uma abacaxi e, me disse; “descasca
com o meu canivete e coma aí sentado onde você está”. Assim fiz e mais uma vez
senti a experiência única de contemplar uma fruta tirada do pé fresquinha em um
lugar que nunca imaginei saborear.
Agradeço a Deus por me proporcionar esses momentos únicos no
meio do mato e, agradeço a todos esses seres, que me acompanharam e me
proporcionaram dias maravilhosos, não só de aprendizado, mas de conexão com o
todo.
Agora tudo volta ao normal, mas muitas estórias virão por
aí, está chegando; Gaia - E X Posição, arte criada, inspirada e tirada no meio
do mato. Aguarde!
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