Preservar raízes quando falamos do interior é falar da nossa música, ou seja, a música interiorana, que é conhecida como música sertaneja ou música caipira.
Grandes poetas deixaram escritas várias músicas que são verdadeiras poesias, onde falavam de amores, natureza, cultura interiorana e costumes, às vezes com um linguajar próprio, às vezes com um linguajar universal, mas de qualquer forma era uma forma de expressão.
Essas músicas geralmente eram ouvidas por nossos avôs e também por nossos pais que herdaram dos seus antecessores, geralmente o jovem não admite gostar, mas no fundo, essas letras nos trazem lembranças, seja elas da infância ou de algum lugar, por isso hoje falo dessa linda canção, que na minha única e exclusiva opinião, Riozinho é o “Hino da Música Raiz Sertaneja”, composta por Carlos Cesar e José Fortuna, dois grandes poetas roceiros e interpretada por Jorge Luiz e Fernando, pai e filho, que traduz todo o percurso de um rio e o mais interessante é que a música tem 5m07s e não repete uma palavra, apenas “riozinho amigo”.
Uma linda poesia que nos faz entender e a respeitar a importância de um rio.
Confira a letra;
Letra: Riozinho
Interpretes: Jorge Luiz e Fernando
Compositor(es): Carlos Cesar E José Fortuna
Meu rio pequeno, braço liquido dos campos
Margeado de barrancos, corroído pelos anos
Vai arrastando folhas mortas e saudade
Por do sol de muitas tardes, ilusões e desenganos
Cruzando vales chapadões e pantanais
Bebedouro de pardais, branco espelho de luar
O seu roteiro, não tem volta só tem ida
Pra findar a sua vida, na amplidão azul do mar
Riozinho amigo, são iguais as nossas águas
Também tenho um rio de mágoas
A correr dentro de mim
Cruzando n'alma campos secos e desertos
Cada vez vendo mais perto, o oceano de meu fim
Riozinho amigo, nascentes junto a colina
Era um fio d'agua de mina, e cresceu tão lentamente
Margeando matas, ramagens, juncos e flores
Passarinhos multicores seguiram vossa corrente
Riozinho amigo, quantas vezes assistiu
Acenos de quem partiu, encontro dos que chegaram
Foi testemunha de muitas juras de amor
Quantas lágrimas de dor suas águas carregaram
Riozinho amigo sobre a areia do remanso
Animais em seu descanso ali vem matar a sede
As borboletas em suas margens se amontoam
E depois alegres voam, na amplidão dos campos verdes
A brisa encrespa o seu rosto de menino
Como o mais terno e divino, beijo da mãe natureza
Lindas paisagens, madrugadas coloridas
Encontros e despedidas, seguem vossa correnteza
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